FÉ – ESPERANÇA- AMOR

Irmãos, cá estamos, vivendo nossa vida cotidiana, com nossos afazeres cotidianos, com nossos problemas, alegrias e tristezas, com nossas ilusões e esperanças e muitas vezes vivendo nossos sonhos egoísta.
Vivemos uma santa e abençoada quaresma, tempo de reflexão, transformação, mudança de rota e caminho, tempo de conversão e arrependimento, tempo de crescimento espiritual.
Tempo em que tivemos o maior exemplo de amor, que foi a livre entrega de Jesus a morte na cruz, em favor de nossa libertação e possibilidade de ressurreição, reconciliação e vida com Deus.
A exemplo de um amor incondicional, nos amou primeiro e se entregou a morte, sem pedir nossa opinião, se íamos amá-lo e aceitá-lo em nossas vidas ou não.
Nos deu o exemplo do ensinamento:
“AMOU AO PAI SOBRE TODAS AS COISAS E OS IRMÃOS COMO A SI MESMO”
E agora? O que fazemos? Como podemos compreender e viver o amor de Deus?
Como o cristão interpreta o mandamento do amor? Após tanto ensinamento e exemplo de Amor?
Continuamos com a mesma vida que vínhamos levando? Muitas vezes indiferentes ao amor de Deus e seus ensinamentos ?
João 21,1-3: “Vamos pescar!” – retrato de um início difícil.
O começo do anúncio da Boa Nova, logo depois da morte e ressurreição de Jesus, não foi fácil. Muito trabalho e pouco resultado!
Pouco peixe na rede.
Nós como discípulos temos que continuar tentando, não desanimar, ter perseverança.
A ordem é continuar unidos em Cristo e lançar a rede, anunciar a palavra de Deus: “eram 153 (= totalidade) peixes grandes, e, apesar de serem tantos, a rede não se rompeu”(João 21,11).
A palavra de Jesus que faz crescer comunidades! É a mesma abundância que já notamos quando Jesus mudou água em vinho, sinal do amor de Deus, e quando partilhou os pães no monte (João 2,1-12; 6,1-15).
O amor é capaz de reconhecer a presença de Jesus nas coisas que acontecem na vida. Jesus chama Pedro e pergunta três vezes: “Você me ama?”
Três vezes, porque foi três vezes que Pedro negou Jesus. Depois de três respostas afirmativas, Pedro recebe a missão de tomar conta das ovelhas (João 21,15-17). Jesus não perguntou se Pedro tinha estudado exegese, teologia, moral ou direito canônico.
Só perguntou: “Você me ama?” O amor em primeiro lugar.
Para as comunidades do Discípulo Amado, o que sustenta o primado e mantém as comunidades unidades não é a doutrina, mas sim o amor.
Para compreender o mandamento do amor, não se pode pensar em apenas sentimento, porque ele deve ser demonstrado por meio de atos. Deus recomenda a mim o próximo. Jesus, ao interpretar a lei, coloca no centro a pessoa humana.
Ele chama todos a assumir responsabilidades pelo bem do próximo. Essa é a ótica do ensinamento de Cristo.
Cumprir o Mandamento do Amor, porque ele nos capacitou a amar.
Que continuemos seguindo esse Mandamento a cada dia, renovando-o em cada celebração Eucarística, na certeza do Novo que vem e nos traz a esperança de sempre encontrá-lo nos sinais da história, no rosto dos irmãos, nos apelos dos que sofrem e que buscam a libertação.
“Aquele que não ama não conhece a Deus, porque Deus é amor.” 1. Jo. 4,8.
“O amor é paciente, é benigno. O amor não inveja.
O amor não se vangloria, não se ensoberbece.
Ele não se porta com indecência, não busca os seus próprios interesses, não se irrita, não suspeita mal.
Não se alegra com a injustiça, mas se regozija com a verdade.
Suporta todas as coisas, acredita todas as coisas, espera todas as coisas, tudo suporta. O amor jamais acaba.” 1. Cor. 13,4-8.
Quando eu posso fazer todas estas coisas, apesar de meus sentimentos, independentemente do que os outros estão fazendo, então é amor.
Eu não me sinto amável quando sou tentado a raiva, a impaciência, a acreditar no pior, a desistir de algo.
Mas quando eu negar estes sentimentos e me alegrar, encaro as adversidades a favor de alguém, me humilho, carrego com os outros, tudo suporto – isso é verdadeiro amor. Amor dá a sua vida, não espera nada em troca.
“Ninguém tem maior amor do que aquele, que dá a sua vida pelos seus amigos.” Jo. 15,13.
E não há exceções. Nenhum pensamento de que “essa pessoa não merece isso”. Jesus deu sua vida por nós, a derradeira prova do quanto ele nos amou. E ninguém jamais mereceu isto menos do que nós.
Amar não significa concordar com o pecado do outro, ou dizer que tudo o que o outro faz é bom.
É carregá-lo, orar por ele, é ter fé nele, é querer o melhor para ele.
É agir, apesar do que eu sinto. Então eu posso, em vez de ter uma relutância natural por alguém, passar a ter amor genuíno por ele.
Para ajudá-lo e poder afastá-lo de coisas que poderiam ser prejudiciais, posso exortar, aconselhar ou corrigi-lo.O amor é o que empurra as pessoas. Bondade, benignidade, mansidão de coração, paciência, compreensão.
Como alguém pode se sentir atraído se sua percepção de mim é de impaciência, arrogância, grosseria, ódio, etc.?
Então, se eu sinto que me falta o verdadeiro amor divino eu oro a Deus para que ele possa me mostrar como eu posso receber mais do mesmo. Eu devo estar disposto a desistir de minha própria vontade e pensar nos outros antes de pensar em mim mesmo.
“Mas agora permanece estes três: a fé, a esperança e o amor. Mas o maior destes é o amor.” 1. Cor. 13,13.

Equipe do Crisma