2º Domingo da Páscoa

No Evangelho do 2º domingo da Páscoa (João, 20, 19-31), Jesus ressuscitado mostra suas chagas aos apóstolos, inclusive a Tomé, que não estava presente na sua primeira aparição após a ressurreição.
Nesta segunda aparição de Jesus aos apóstolos, estes estavam reunidos temerosos à noite, de portas fechadas, sem possibilidade de alguém entrar naquela sala. Jesus, rompendo qualquer barreira, entrou nesse lugar impenetrável.
Saudou-os e, dirigindo-se a Tomé, lhe disse: “Põe o teu dedo aqui e olha as minhas mãos.
Estende a tua mão e coloca-a no meu lado. E não sejas incrédulo, mas fiel”.
Tomé respondeu: “Meu Senhor e meu Deus!” A resposta do apóstolo foi um ato de fé.
Ele não se subjugou às evidências, como quer fazer crer o significado coloquial dado à expressão popular “ser como São Tomé”.
Não se trata de apenas “ver para crer”, mas de manifestar sua fé.
Foi a fé, foi a adoração que fizeram com que o apóstolo Tomé, num ato de reconciliação, proferisse seu ato de fé.
Ao contrário de ver em Tomé um incrédulo, podemos ver nesse episódio a necessidade de se ter uma experiência pessoal de fé.
Nas palavras do Papa Francisco, “se as chagas de Jesus podem ser de escândalo para a fé, são também a verificação da fé”.
As chagas de Cristo são marcas do amor de Deus pelos homens, marcas que atestam a sua misericórdia e a sua fidelidade aos homens.
Desde o ano 2000, o 2º domingo da Páscoa é o Domingo da Misericórdia, segundo foi decretado pelo papa João Paulo II ao instituir na Igreja a festa da Misericórdia , conforme a inspiração divina que tivera a freira polonesa Faustina, nos anos 30 do século passado.
Santa Faustina anotou no seu diário as mensagens que recebera, mensagens que têm como fundamento a confiança.
Quanto mais confiantes formos, mais conseguiremos ser misericordiosos – é esta a lição fundamental a se tirar dos diários de Santa Faustina.
No Evangelho que se lê no domingo da Misericórdia, Tomé, na sua resposta, não falou simplesmente de sua crença em Deus mas de sua crença na misericórdia de Deus.
Este Evangelho nos chama, como chamou São Tomé, a renovar nossa confiança, nossa fé. Nossa fé na misericórdia, na fidelidade divina.

Virginia Bastos de Mattos