O telefone tocou. Era a secretária de meu irmão com um recado dele para mim. Ela explicou que era uma mensagem esquisita e que era melhor anotar. Peguei papel e caneta e ela começou:
“- Lá vai a primeira: Minha mãe precisa de uma nora, que é isto… é brincadeira, retruquei.”
“- Eu avisei que o recado é estranho. Vou continuar: Pobre vive de teimoso. Não chore morena que eu volto. Sou amarelo, mas não sou doente.”
Que aconteceu com meu irmão para me mandar um recado assim, pensei. E a moça continuou:
“- Não sou Colgate, mas ando na boca de muita gente. Poeira é a minha penicilina. Carona, só de saia… falta muito, perguntei:”
” – Está acabando: Vou, mas volto. Chega á janela, morena. Quem fala de mim tem mágoa. Não sou pipoca, mas também dou meus pulinhos. Zangado, gritei: Meu irmão ficou maluco.”
“- O último: Deus, eu e o Rocha.” Meu irmão não se chama Rocha, gritei.” Desliguei pensativo. Estaria meu irmão em perigo. Seria um código pedindo socorro. Lavei o rosto para pensar melhor. E só então me lembrei: Haviam-me encomendado uma crônica com frases de caminhão.
Meu irmão engenheiro e viajando muito, prometeu ajudar-me coletando as frases. Agora o material estava ali era só fazer a crônica. Deus, eu e o Rocha. Tudo explicado: Deus era Deus mesmo, Rocha, o motorista e eu, o caminhão.