O Dia da Terra e a Cúpula de líderes sobre o Clima

O Dia da Terra, cuja finalidade é criar uma consciência comum aos problemas da contaminação, conservação da biodiversidade e outras preocupações ambientais para proteger a Terra, foi criado pelo senador norte-americano Gaylord Nelson, no dia 22 de abril de 1970. É um lembrete oportuno para tomar medidas urgentes para proteger o planeta do aquecimento global e garantir um futuro digno e saudável, diz o Programa das Nações Unidas para o Meio Ambiente (PNUMA).
Enquanto o mundo se apressa para planejar uma recuperação pós-pandemia, o Programa das Nações Unidas para o Meio Ambiente (PNUMA) vê esse momento de pandemia como uma oportunidade de chamar a atenção para a necessidade de nos reconstruirmos melhor. Os riscos enfrentados por ignorarmos as ameaças de destruição ambiental devem ser entendidos e endereçados com proteções e políticas ambientais. O dia 22 de abril é um lembrete oportuno para abraçarmos os empregos verdes, estimularmos a economia sustentável, tomarmos medidas urgentes para nos proteger do aquecimento global e garantirmos futuros dignos e saudáveis.
Na última quinta-feira, 22, líderes do mundo todo se reuniram em Cúpula sobre o Clima, para discutir as ações de cada governança para, pelo menos, amenizar o cenário devastador que se encontra o planeta por conta das mudanças climáticas e das emissões de poluentes na atmosfera.
A maior estranheza da reunião foi o discurso do presidente brasileiro Jair Bolsonaro, que teve uma fala completamente diferente do que está sendo observado em todos os setores ambientais do país. Falando sobre aumentar o orçamento da pasta, fortalecer a fiscalização dos órgãos ambientais e erradicar o desmatamento ilegal até 2030, vai completamente na direção oposta, do que de fato tem sido observado em seu governo, com relação às questões ambientais.
O ministro do meio ambiente Ricardo Salles, ao longo do mandato, vem causando destruição em massa ocasionados pelo desmonte de órgãos ambientais como o IBAMA e o ICMBio. Seu apoio a grilheiros e à madeireiros ilegais nunca foi segredo. Desde a reunião ministerial em março do ano passado, em que disse que a pandemia era uma oportunidade de “deixar a boiada passar” se referindo aos licenciamentos e facilitações nas irregularidades ambientais, ele deixou claro que poderia ser qualquer coisa nesse (des)governo, exceto ministro do Meio Ambiente.
O desejo real de todos os brasileiros é que, de fato, o discurso do presidente se concretize e que ações efetivas e políticas públicas na área ambiental sejam concretizadas para que o cenário brasileiro seja melhorado. Quilômetros de florestas tem sido destruído e a biodiversidade dos biomas devastadas. A esperança é que no Dia da Terra e em todos os outros, o comportamento nacional para a gestão ambiental seja realmente a favor do meio ambiente e dos povos indígenas e, não daqueles que buscam a exploração dos recursos naturais a qualquer preço.