Pouco a pouco, senhor Jesus, ao clarão de tua infinita bondade, quebraram-se as algemas da escravidão, transformou-se a crueldade em apreciáveis direitos humanos, transmudou-se o fanatismo em fé raciocinada, converteu-se a tirania em administração e, gradualmente, a ignorância e a miséria vão recebendo
o socorro da escola e da solidariedade.
Emmanuel (1)
A mudança é quase sempre desejável e necessária, sobretudo em relação a nossos preconceitos e superstições.
Cresce ainda o número de indivíduos que não querem tomar vacina, de outros que querem escolher a marca, e de outros temerosos que buscam a 3ª dose.
Infelizmente, devido ao movimento contra vacinas, que se baseia em fake news, doenças graves (e evitáveis) como sarampo voltaram a ser motivo de preocupação.
Segundo a OMS (Organização Mundial da Saúde), em 2019 a resistência à vacinação foi listada como uma das dez maiores ameaças à saúde global. Segundo números preliminares do órgão, os surtos de sarampo, doença altamente contagiosa, aumentaram 300% no mundo nos primeiros três meses daquele ano em comparação ao mesmo período de 2018. (2)
Interessante que o governador mais novo da Itália, com 38 anos, Massimiliano Fedriga, um dos expoentes do movimento que é contra as vacinações, acabou indo parar no hospital, por cinco dias, vítima da doença catapora, cuja prevenção é exatamente a vacina.
Mesmo ocultando dos jornais a informação de internação, o político recebeu várias mensagens desejando a sua morte…
São extremos. Ter opinião contrária à maioria é uma liberdade de escolha; desejar a morte do próximo porque ele não pensa como você é radicalismo.
Entendo que o principal motivo contra as vacinas é a desinformação. Especialmente a vacina da covid-19, pois tudo é muito novo no que diz respeito a essa doença, e a vacina foi desenvolvida muito rapidamente (conhecimentos antecedentes facilitaram esse relativo sucesso).
Alguns dizem que não vão tomar a vacina da covid-19 alegando motivos de insegurança sobre o resultado e as contraindicações.
Surpreendeu-me um pai que disse que não vai tomar vacina por que estaria contrariando sua fé e sua religião.
Eu não conhecia bem esse pai, mas penso na insegurança de sua esposa e filhos, que vão conviver com alguém que tem o remédio de graça e não quer tomar. Por motivo de fanatismo, pode contrair o vírus e propagar para a família. Médicos e cientistas não estão, também, a serviço de Deus?
Olhando então para o passado desse pai, descobri que adolescente usou cola de sapateiro; adulto, usou álcool e cocaína, substâncias com mil contraindicações, causadoras de múltiplas complicações – e agora que frequenta uma religião se apega ao fanatismo dogmático… Ora, bolas: Deus cura, também, através dos remédios e médicos.
(1) Emmanuel (Chico Xavier) – À luz da oração – O Clarim
(2) https://revistagalileu.globo.com/Ciencia/Saude/noticia/2019/10/movimento-antivacina-como-combater-essa-onda-que-ameaca-sua-saude.html