Disse-lhe Abraão: Têm Moisés e os profetas; ouçam-nos. E disse ele: Não, pai Abraão; mas, se algum dentre os mortos fosse ter com eles, arrepender-se-iam.
Jesus (Lucas 16:29-30 – Parábola do rico e Lázaro)
Essa parábola traz algumas lições.
A primeira é que as riquezas e o reconhecimento social da Terra ficam aqui e não dão privilégio algum depois da morte, portanto, não é critério de avaliação para a recompensa futura: o homem rico está em situação dificílima e de sofrimento no Além, não por ser rico, mas por não ter praticado o amor ao próximo.
Outra questão ou lição que podemos colher é que Deus estabeleceu a vida material para evolução do espírito, então, o destino de cada pessoa começa a ser decidido nesta vida, e no Além, em função das ações praticadas, cada pessoa ocupa determinado lugar temporariamente, até que se melhore. E em função da Lei de Ação e Reação, cada um recebe aquilo que fez por merecer.
Os mundos materiais estão, vamos assim dizer, dentro do mundo espiritual que tudo envolve, e os espíritos bons ou sofredores ocupam espaços próximos e podem se ver e até se auxiliar, mas não podem um sofrer pelo outro. Exemplo: os pais passar pelo sofrimento do filho ou este sofrer por aqueles. E o sofrimento também é temporário, enquanto durar a causa do mal praticado e até a melhora do espírito.
Muitas pessoas, em função de sua crença religiosa, têm dificuldade de entender como pode viver a alma sem o corpo material. Entretanto, entendemos que o Espírito já existia antes do corpo físico, antes do berço, e com a morte do corpo vai sobreviver na Vida Espiritual (ou Céu – lugar espiritual). E como o espírito tem seu corpo espiritual, conforme Paulo afirma (1): semeia-se corpo carnal e colhe-se corpo espiritual (corpo da ressurreição), fica claro que o espírito tem olhos, dedo, boca, língua e, portanto, sente sede, fome, dor, alegria, tristeza e carinho, como aqui na Terra.
Os espíritos estão por toda parte, e muitas pessoas encontram dificuldade de entender como pode aquele que morreu e cumpriu as Leis Divinas, estando feliz, ficar vendo os infelizes. É que a evolução é feita em grupo e o que sabe mais tem por missão auxiliar aquele que sabe menos. Jesus, que sabia muito, não veio até a Terra, descendo do seu Céu para nos auxiliar neste mundo de provas e expiações?
Respondendo a questão que encima este texto, dizemos que os mortos podem sim vir falar com seus familiares. Um meio fácil e prático é quando dormimos e sonhamos com nossos entes queridos falecidos, porque quando dormimos o corpo entra em “estado de morte aparente”, e o espírito em estado de vida, e pode se comunicar com os antepassados, desta existência e de outras vidas. Outra forma é através de sensitivos ou médiuns que têm a faculdade de entrar em contato com os espíritos. Chico Xavier, um dos maiores médiuns do mundo, sempre dizia que o telefone toca de lá para cá, que ele nem sempre conseguia conversar com os “mortos” que as pessoas procuravam, mas sim com os “mortos” que queriam falar com as pessoas daqui.
(1) Epístola aos 1 Coríntios (15:44)
