Existem pessoas que são vampiros de luz, sugam toda e qualquer claridade como verdadeiros cavaleiros das sombras.
Como não conseguem luzir, qualquer brilho as incomoda, sentem-se diminuídos. De repente, percebem que suas fraquezas estão expostas claramente, desnudadas, páginas abertas.
Daí, passam o maior tempo de suas vidas, alguns a vida toda, apenas olhando por cima dos muros, observando a vida dos outros, especulando os vizinhos, espalhando o fel que percorre suas veias e envenena seu sangue.
Não produzem absolutamente nada de bom, são espectros e espectadores, nunca se apresentam como protagonistas, só sabem coadjuvar coisas ruins, isso as alimenta.
Urubus são necessários para que façam a faxina da natureza, fazem parte da cadeia alimentar natural.
Porém, os Vampiros de luz são seres humanos espiritualmente menores, se comprazem com as tristezas alheias e se encarregam de maximizá-las ainda mais, agora que têm à sua disposição as chamadas mídias sociais onde destilam suas mágoas, decepções e inveja com qualquer tipo de felicidade de quem quer que seja e são compartilhados com crueldade absoluta por outros que se assemelham.
Perto dessas pessoas é preciso brilhar ainda mais, espargir luzes e cores, deixá-los cegos, aturdidos.
Assim, não sendo possível fazer emergir a sombra, vão acabar se acostumando à luz.
